27/02/2012

Ser ou não ser... minimalista - parte II

Continuando com o post da semana passada, ser ou não ser minimalista...

Como saber se somos minimalistas? Era basicamente esta a questão que a leitora que me enviou o email que deu origem a este post me fazia. Como saber se uma pessoa é ou não minimalista?

As pessoas com quem lido diariamente, aquelas mais próximas de mim, sabem que sou minimalista apenas porque já lhes falei acerca disso (se bem que a maior parte não compreende o que é o minimalismo e outras até gozam...). Quem não me conhece tão bem, não faz ideia nenhuma acerca das minhas opções. Quem vem a minha casa percebe que realmente eu tenho pouca tralha e tem tudo um ar muito clean, mas isso pode ser apenas na decoração e até posso ter a cabeça e outras áreas da minha vida cheias de coisas desnecessárias. O minimalismo não é uma coisa que esteja assim à vista!

A verdade é que não há uma lista de critérios para avaliar o grau de minimalismo de alguém. Isso é uma coisa muito pessoal e cada um é que pode avaliar-se da melhor forma.

O princípio básico do minimalismo é este: identificar o essencial e eliminar o resto.

Uma pessoa que tem apenas aquilo que para ela é essencial, não tem coisas que não usa e que não fazem falta, não compra coisas desnecessárias, não se envolve em coisas que não lhe interessam, e dedica-se às coisas que realmente são importantes para si - sim, em princípio será minimalista.
O minimalismo de uma pessoa acaba por reflectir-se em tudo o que a pessoa faz, no seu espaço físico e até na sua maneira de vestir. Uma pessoa que tem tralha em casa não é minimalista (a não ser que a tralha seja de outros membros da família, claro). Uma pessoa que se veste tipo árvore de Natal não é minimalista. Uma pessoa que guarda tudo o que lhe oferecem não é minimalista. Uma pessoa que se mete em mil e uma actividades não é minimalista.

É difícil definir o conceito melhor que isto... Cada um sabe de si, mas uma coisa comum a todos os minimalistas é que eles gostam de se auto-intitular minimalistas (eu gosto!).

A Courtney Carver, do blog Be more with less, tem um post fantástico intitulado 25 reasons you might be a minimalist, ou seja, 25 razões pelas quais você pode ser um minimalista. Vou aqui traduzir algumas:

- se tem um sótão ou despensa vazios
- se não tem dívidas ou está a pagá-las a grande velocidade
- se andar em centros comerciais fá-lo sentir-se desconfortável
- se os seus filhos estão zangados consigo porque cancelou a TV cabo
- se não consegue parar de dar coisas, e o seu cão estão preocupado em ser o seguinte a ir
- se um amigo quer ir consigo às compras, mas você prefere ir ao dentista
- se não tem uma gaveta da tralha
- se nunca teve tanto tempo livre como agora
- se a tralha o deixa maluco
- se tem menos de 100 amigos no facebook ou segue menos de 100 pessoas no twitter
- se calendariza tempo para fazer nada
- se faz sestas
- se lê um livro e depois dá-o a alguém

e a melhor de todas:

- se preferia passar um dia com o Leo Babauta em vez da Oprah Winfrey!

Para terminar, deixo aqui algumas fotos de bloggers minimalistas famosos. Não têm todos um ar clean e feliz?



Leo Babauta, Zen Habits

Francine Jay, Miss Minimalist

Ryan Nicodemus e Joshua Fields Millburn, The Minimalists

Tammy Strobel, Rowdy Kittens

15 comentários:

  1. Eu vou investigar isto! Ando a precisar de libertar a minha cabeça do que não interessa!

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  2. Ah sim! Aprenderia muito mais com o Leo Babauta!

    O último blog ainda não conhecia... Tenho de dar uma vista de olhos... Obrigada!

    Anuskas

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  3. Gosto do conceito de minimalismo e tento pratica-lo :)

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  4. Tanto a aprender! Principalmente porque nao consigo dizer NAO! Nao a mais tabalho, nao a mais ajuda, nao a mais tralha. Nao gosto de compras (sou totalmente anti-consumista), mas nao consigo deitar nada fora."Pode ser que ainda faça falta", e o que eu sempre penso, e assim se vao acumulando objetos, ao longo dos anos! Destralhar e trabalhar menos e o que eu mais preciso (esta parte e mais dificil- trabalho entre 80 a 100 horas por semana, sem ter grande opçao quanto a isso! Ou talvez sim??!).
    Mas os tempos sao definitivamente de mudança, pessoal e coletiva!

    (o teclado tornou-se minimalista antes de mim e nao esta a colocar acentos graficos, sorry!)

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  5. Pelos princípios acima indicados, posso deduzir que o meu marido tem espírito minimalista! Está sempre a olhar em volta e a dizer que está tudo cheio de tralha :) E adora deitar coisas fora. Eu não adoro mas vou começando a sentir falta de o fazer regularmente, além de ter descoberto o prazer de doar.

    Obrigada por estes posts.

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  6. até conhecer o teu blog, para mim o minimalismo era uma forma de expressão artística (arte, design, decoração, etc), desconhecia completamente que fosse aplicado como filosofia de vida.

    então, depois de ler vários posts por aqui e pelos blogs que costumas sugerir descobri que sou minimalista há já muito tempo. desde a minha pessoa, ao ambiente que me rodeia. é interessante constatar isso e até suspeito o motivo que me levou a seguir este modo de vida simples e desatafulhado :)

    a ver se um dia destes escrevo um post sobre o assunto he he he

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  7. Olá!
    Todos os dias visito o seu blog, desde que o "descobri"!
    Tive sempre muita dificuldade em definir o meu conceito, a minha forma de estar na vida... Mas agora, com a sua ajuda, já sei o que eu (e o meu marido!) somos: MINIMALISTAS!
    É muito bom descobrir que há mais pessoas com a mesma atitude diante da vida... Mas melhor ainda, é perceber que fomos capazes de descobrir esta "via para a felicidade" sózinhos - mas que é uma espécie de "sabedoria" com reconhecimento para laém das nossas "paredes"...

    Obrigada por partilhar as suas experiências. Parabéns pelo Blog!

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  8. Olá Rita!
    Sinceramente, estes teus posts inspiram-me, e tenho de te agradecer pois já me livrei de algum a tralha desnecessária e o resultado foi bom. Mas tornar-me completamente minimalista não faz parte de mim, mas gostava... mas não dá para mim!
    Mas acredito que trago um estilo de vida mais livre e simples.
    Eu cá vou continuar com o meu estilo simples e tralha à mistura. Não podemos fingir ser o que não somos:,-)
    Beijinhos

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  9. O conceito do minimalismo é bastante interessante e cativante. Tento colocar algumas coisas em prática porque realmente faz toda a diferença no dia-a-dia e até mesmo para a diminuição do stress. No entanto, tenho verificado e ganho consciência que o minimalismo não dá para mim!

    Beijinhos,
    Rosicler

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  10. Sara Grilo28/02/12, 10:53

    Pois, minimalista não sou, mas o que é certo é que na semana passada fiquei um dia sozinha em casa e o resultado foram 3 sacos de coisas para dar e espaço livre nos armários, que não quero voltar a preencher... e sinto-me muito melhor assim. Este blog tem-me ajudado a pensar de outra forma, para quê guardar paninhos de renda que fiz ou que me deram se não os uso nem nunca vou usar porque já não gosto? Tenho que me libertar disso tudo... Para mim é um esforço, porque a minha mãe é completamente o contrário de um minimalista, GUARDA TUDO, e fui educada assim, mas estou a mudar. Obrigada pelo seu esforço a escrever este blog.
    Sara

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  11. Quem me dera ter a tua coragem Rita...
    Beijinhos

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  12. Olá Rita, parabéns pelo blog, já o sigo a alguns meses e tenho adorado. Obrigada pelos ensinamentos, a experiência de outras pessoas é sempre uma grande ajuda. Tive o meu 1º contacto com o minimalismo aqui e realmente tem muito a haver comigo e gostava de o alargar a todos os campos da minha vida. Tenho tentado maioritariamente com a casa mas ainda há muito trabalho a fazer. Mas já agora coloco uma questão e ao mesmo tempo uma sugestão para um post: Como nos tornarmos minimalistas ou tornar a casa minimalista quando temos pessoas da família que são o perfeito oposto do conceito em si? Aceito ideias, por favor! Obrigada mais uma vez e felicidades

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    Respostas
    1. Obrigada! Sugestão para post aceite! Respondendo rapidamente à questão, temos que dar o exemplo e mostrar todas as vantagens do minimalismo! Mas devemos, sobretudo, respeitar o espaço e os pertences dos outros...

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  13. Olá! Encontrei o teu blog quando pesquisava mais sobre minimalismo. Já à uns tempos que ando a tentar introduzir o minimalismo na minha vida, mas a verdade é que vivendo com um homem que é extremamente agarrado à sua tralha por vezes sofro muito. Isto porque eu odeio tralha, detesto bibelots,e adoro doar/dar e destralhar mas por mais que faça parece que continuo a sentir a tralha dele a oprimir-me! Tenho conseguido fazer com que não entre mais tralha em casa, mas não tenho tido muito sucesso em fazer com que ele se desapegue das coisas. Por vezes é muito frustrante! Beijinhos

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Obrigada pelo comentário!

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